Deputada Federal Miriam Stolear - 4506
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Família dos tempos atuais

Já foi-se o tempo que a família era numerosa, formada por um pai e uma mãe que se dispunham a investir nos filhos , no patrimônio e no nome.
Homens e mulheres, uniam-se , mesmo sem romances ou desejos e assim desempenhavam funções , deixando de lado a necessidade afetiva dos tempos atuais. O companheirismo e a parceria impulsionavam o casal a seguir em frente e consquistar os objetivos a que se propuseram.

Hoje, temos a família que se origina de uma união amorosa, passional e que tenta unir todos os deveres , as rotinas , com sentimentos e desejos preservados. Percebe-se que a cada decepção, o casal inicia a sua peregrinação em busca de superação das dificuldades inerentes aos desencontros, surgidos pelo excesso de tarefas rotineiras que acabam por destruir os sonhos românticos e a ilusão da fidelidade. Com a independência da Mulher que está cada vez mais presente no mercado de trabalho, as tarefas começaram a ser divididas e compartilhadas entre maridos e esposas. Os filhos não sabem distinguir exatamente o que os difere. Ambos desempenham funções em busca da continuidade e da manutenção do lar.
As funções paternas e maternas se confundem e se mesclam, sem ficar claro o desempenho de cada um.

É muito difícil, permanecer com diversas tarefas dentro e fora do lar, sem perder o encanto, o desejo, o romantismo e o sonho do final feliz. As identidades estão nevoadas e não se sabe ao certo o que é ser pai, marido, amante, profissional e o que a mulher espera daquele homem que buscou no 1º encontro. Decepções iniciam e os casais não sabem com administrar o caos.
Hoje, temos filhos de pais que se separam e necessitam de novos parceiros, como se fosse possível encontrar no outro a busca de si mesmo.

Os filhos do 1º casamento, após a separação dos pais, ficam com dois lares diferentes. Àquele pai, se casa com outra mulher e tem novos filhos e àquela mãe, tende a casar-se novamente e ter novos filhos. Vamos analisar o que acontece com a nova criança. Para facilitar a compreensão, vamos chamá-lo de criança X.

A Criança X, tinha uma família A+B. A criança X quando está com A + Y ( novo cônjuge) , sabe que mantem um ente querido (A) que se une a outra pessoa(Y) que terá filhos que estão ao lado de seus pais. Isto é, a Criança X, sabe que seus novos irmãos, moram com os pais unidos ( A+Y) e que ela ( criança X ) tem dois lares e tem dois pais A e B, em lares separados. O Ente B, se une ao cônjuge Z e tem novos filhos que mantém A+Z unidos e seus irmãos unidos.

Esta criança X, tem um sentimento de não pertencimento às novas famílias , pois seus irmãos tem pais unidos.

Queremos modernizar o afeto, mas esquecemos que a Criança X está sofrendo uma cisão interna e inicia uma identidade cindida. Logicamente será uma criança com problemas afetivos que poderão, estes , refletir na área cognitiva , com as dificuldade de aprendizagem ou com uma fixação na aprendizagem, doentia, para se distanciar de sua infância, e sua vivência angustiante.Fogem do lazer e a vida perde a graça.

Sem juízo de valor e com um olhar compreensivo e empático, vamos entender a razão de uma criança quando púbere, vir buscar o uso de drogas ou de procurar seus pares, que vivem as mesmas dificuldades. Como também buscar o prazer sexual, como único foco de interesse.

Como são muitas as crianças que vivem essa difícil situação nos dias de hoje, podemos dizer que a família que sempre foi a célula mater da sociedade, vem propiciando o desgaste e a distância de metas e objetivos que propiciam uma visão de futuro destes jovens, que cada vez estão mais alienados.

Não é de se surpreender que crianças estão sendo mortas, como Isabella, Joana e outras que são vítimas de adultos que preferem se desfazer da herança dos casamentos anteriores.

Há muito o que pensar, sem culpar as Religiões. Estamos falando de psiquê, de identidade, de formação de caráter, de busca de objetivos, quando os exemplos recebidos são: Desistam e tentem novamente, mesmo que para isso, pessoas sofram com suas decisões.

Que currículos escolares atrativos, podemos apresentar às crianças que vivem depressão em idade tão tenra. Esses serão os futuros adultos e os jovens que cobramos maturidade e decisões justas.

Afinal, o que o ser humano busca e do que esquece quando gera um SER que necessita de referência ?

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