Deputada Federal Miriam Stolear - 4506
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Professores: iludidos ou desiludidos?

Os professores estaduais e municipais, vêm sofrendo com o desprestígio dos governos estaduais e municipais, em virtude de repasses do Fundeb. As verbas enviadas pelo MEC , para auxiliar os estados brasileiros( estados e municípios) chegam a ser um descalabro.
O ensimo público estadual e Municipal, que teve péssimo desempenho no ENEM, principalmente o do Rio de Janeiro, teve como origem a falta de políticas públicas para a Educação brasileira.
As escolas públicas estaduais e municipais, estão sofrendo com o descaso das autoridades e com a discriminação sofrida pela população que as frequenta: Normalmente, alunos de comunidades pobres, sem família constituída (em sua maioria), que convivem com violência urbana e doméstica, muitos sofrendo maus- tratos e abusos sexuais, sem o acesso à acompanhamento de pediatras(saúde preventiva), dentistas, psicólogos e outros profissionais que auxiliem na diminuição de suas dores físicas e psíquicas. E em sua maioria, famílias contam com serviços assistenciais, como o bolsa- família. São famílias que moram em casas pequenas, sem espaço para a individualidade de seus membros e que por essa razão, não possuem local adequado para realizarem as tarefas escolares e os estudos e pesquisas complementares. Não possuem curso de línguas, não praticam esportes e convivem com a intimidade dos pais , sejam estas, afetivas e/ou sexuais. Muitos convivem com pais alcoólatras , usuários de drogas e traficantes de drogas.
O estigma que sofrem hoje as escolas públicas, excetuando-se as da rede federal e o colégio de aplicação da Uerj, é exorbitante.
O estado e município trabalham com a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais, quando sequer apresentam equipes psicopedagógicas para auxiliarem os professores nestas tarefas , e estes ficam com múltiplas funções.
Os currículos atuais não são adaptados à demanda dos alunos e as metodologias não podem recorrer à ferramentas que facilitem a aprendizagem, em função de turmas superlotadas e heterogêneas.
Inclusão social sem equipe de apoio é impossível ocorrer de forma satisfatória, chegando a ser desumana, uma promessa de Educação de qualidade. Aprendizagem não ocorre em ambientes caóticos e nem em indivíduos sofridos, angustiados, ansiosos. Colocar aparelhos de refrigeração e microfones, laptops, viagens aos professores, são medidas políticas em vésperas de eleições, que maqueiam a realidade, em busca de votos.
É impossível ensinar ou aprender, nas condições acima mencionadas. A comissão de Direitos Humanos, não se pronuncia à respeito.
Culpar a progressão automática, que é a avaliação correta ao ensino por ciclos , também é manipulação política. Nunca foi a causa das dificuldades de aprendizagem.
Temos hoje, a influência das drogas, dentro e fora das escolas. O crack , mais fácil de ser transportado, é utilizado também nas escolas, em latas de refrigerantes ou copos de água mineral. Os alunos ficam violentos e agitados após o uso e desacatam colegas e professores.
Falsos alunos, uniformizados, levam a droga até os pátios, porque não existe segurança e nem catracas nas entradas . Pequenos traficantes, encomendam relógios, celulares, dinheiro , aos alunos que se vêem na obrigação de roubá-los, em função de ameaças e retaliações. Se os professores tomam ciência e passam os problemas aos diretores, estes não sabem a quem recorrer porque falta confiança nas autoridades policiais. Não existe um setor na Secretaria de educação para tratar desses graves problemas e solucioná-los junto à secretaria de Segurança Pública. Muitos diretores ficam sob ameaça, quando apresentam queixa e patrulham o colégio. Estas referências, são de escolas de dentro e de fora das comunidades.
Em compensação, mesmo que esses problemas aconteçam também em escolas públicas federais (ensino básico, técnico e tecnológico), são em menor proporção, pois todas tem concursos e selecionam os alunos com bons desempenhos. E aquelas que têm sorteios nas classes iniciais do ensino básico, já puderam excluir os que não conseguem alcançar a 5ª série do ensino Fundamental. Mas não impede que estes mesmos problemas possam acontecer dentro dos colégios da Rede federal de ensino. A Diferença está na presença de equipe psicopedagógica, no nº de inspetores que auxiliam na fiscalização dentro de banheiros , pátios e entrada do colégio.
O que se vê hoje,infelizmente, é uma enorme disparidade de salários entre os professores da Rede federal, estadual e municipal: Falta Política Educacional.
As escolas federais, além de seus altos salários, não trabalham com a inclusão de alunos com sua capacidade intelectual comprometida. Os deficientes físicos, visuais e auditivos, podem ser incluídos, desde que tenham bom desempenho escolar.
Os salários dos professores, totalizando vencimento básico e gratificações, totalizam uns R$ 6.000,00 ( seis mil reais) sem mestrado e sem doutorado. Com gratificações de mestrado e doutorado, eles chegam a superar os R$7.000,00 (sete mil reais), e com DAS (cargo de confiança), calculem por alto.
Estamos falando de professores de ensino básico, técnico e tecnológico (DE- dedicação exclusiva), que podem acumular matrículas no estado ou na mesma instituição de ensino com 20h aula.
Podemos desta forma, concluir como serão os salários dos docentes universitários (federais) que se negam à inclusão de cotas raciais, como divulgado , hoje, no Jornal O Globo (17/08/2010).É no mínimo um reduto de petistas, apenas agradecidos pelas remunerações recebidas. Estes se dizem socialistas, quando igualdade é algo que passa longe de suas ideologias e da ideologia de Karl Marx.
A Saude, também não acompanhou os salários dos educadores federais. Os médicos, não recebem salários deste vulto, a não ser os do INCA e algumas outras instituições federais , apesar de serem muito cobrados, pois seus erros implicam em morte física de pacientes, enquanto evasão escolar, repetência e jubilação, não são configurados crimes pelo nosso Sistema.
Vivemos uma Política de Exclusão social.O Sinpro( sindicato de professores) sempre teve em sua composição, professores da rede federal de ensino, que pela excelência de seus rendimentos, não deve estar tão interessado em promover reações em nome dos da Rede estadual e particular de ensino, neste momento. O SEPE talvez esteja mais mobilizado.O piso salarial diferenciado deveria ser foco de debate , antes das eleições de 2010. Os professores estaduais deveriam levantar essas questões, e os alunos das escolas estaduais também deveriam abrir o debate, principalmente os alunos da UERJ, uma universidade do estado que se vê na obrigação de manter as cotas raciais, para satisfazerem os " politiqueiros de plantão".
Cabe ao MEC, explicar a razão dessas disparidades e o valor dos repasses, porque o Brasil está muito rico. Capaz de enviar muita verba para ajudar países emergentes ou destruídos por guerras e fenômenos da natureza. O Brasil parece buscar a hegemonia na América Latina e o Presidente Lula quer ficar para a História.

Míriam Stolear
Candidata à Deputada Federal 4506 - PSDB
Professora da Rede Federal de Ensino

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